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Shawlin abre o jogo sobre seu sumiço e fala do seus próximos passos.

Creio que todos que chegaram até aqui conhecem o ShawShawlin ou o Cachorro Magro e o quanto é genial sua obra, seja no Quinto AndarRuas Vazias ou com o Inferno do Cachorro Magro, decidimos convida lo pra trocar essa ideia pois todos sabemos de seu sumiço na música, com os lançamentos e tudo mais. E obviamente todos queriam realmente saber o motivo pra isso ocorrer, e ele esclareceu sobre, e ainda abriu o jogo sobre seus próximos passos lançamentos e etc. E não tinha um dia melhor pra essa entrevista sair,  hoje 20/12/2017 A volta do Cachorro Magro com o lançamento de um novo single intitulado “Esse Ano”.

Matheus RapRJ: Então mano, como foi pra você ficar esse tempo todo meio afastado da música? Você já tinha planejado sumir assim ou veio meio do nada essa ideia?

Cachorro Magro: No início do Cachorro Magro eu decidi que ia focar em shows, trabalhar e investir menos. Já que cada investida foi um sucesso profissional, mas um fracasso financeiro. Eu queria viver mais, me divertir mais, ganhar mais dinheiro e trabalhar menos. Essa parte do plano deu certo! Eu queria terminar a saga do Cachorro Magro antes, mas com o fiasco dos trabalhos com a Skol Music fiquei no gelo por 1 ano. Nesse periodo montei apartamento, fiquei afundado nesse projeto de recomeçar a minha vida. Depois com a gravidez da minha mulher fiquei muito restringido de trabalhar pra cuidar da gestação. As crianças nasceram e coincidiu a falta de trabalho com a necessidade de estar presente. Eu simplesmente tentei usar os pontos baixos pra algo positivo. e deu certo até onde podia.

Matheus RapRJ: E de certa forma, essa pausa nos lançamentos e tudo mais, teve algum ponto positivo pra sua carreira musical? Se teve, qual foi?

Cachorro Magro: Teve muitos pontos positivos pra minha vida pessoal! Eu não tenho ambição de me tornar líder de nada, de tomar o RAP de assalto etc… então perdi pouca coisa na carreira e ganhei muito na vida. Profissionalmente quanto mais se lança, mais visibilidade se tem, por outro lado a qualidade cai e o corpo da obra se deteriora. Então posso dizer que resguardei a minha arte.

Matheus RapRJ: Você escreveu alguns trabalhos nesse tempo que ficou sumido? Ou deixou o Rap totalmente de lado pra cuidar mais da sua vida pessoal?

Cachorro Magro: Deixei totalmente de lado. Eu sabia o que tinha que fazer, mas ainda não tinha chegado no ponto certo da minha vida pra finalizar o Cachorro Magro. Pra saber como ia se dar e tal. Agora é o momento certo!

Matheus RapRJ: Queria saber se você pode falar sobre a parceria com a skol music, e o por que não teve tanto sucesso como todos esperavam.

Cachorro Magro: Era uma grana prometida para fazer os trabalhos que não chegava nunca. Sempre algum problema ou burocracia. Não dá pra saber ao certo o que houve, mas as promessas descumpridas foram me cansando até eu decidir romper com eles. Dizem que foi um mal negocio, mas minha saida gerou o clipe da C’est La Vie e montou o enxoval dos meus filhos. Fiquei sabendo pelos diretores que 3 meses depois da minha saída o projeto “acabou”. Se eu tivesse ficado ia sair sem nada. Acho isso triste pois eu acreditava muito no projeto. Tinha tudo pra ser um sucesso!

Matheus RapRJ: Você ta em qual fase do processo de criação do Inferno do Cachorro Magro 2? E pretende mesmo fechar de vez esse ciclo com o Cachorro Magro após esse lançamento?

Cachorro magro: Sim! Na real eu já fiz praticamente tudo que queria na música. Tudo que eu quero é encerrar o Cachorro Magro bem encerrado, depois Shaw e aí Game Over! O RAP tá seguindo adiante por rumos que não comportam as músicas que gosto de fazer e eu não quero lutar contra nada. Só gostaria de me aposentar com uma graninha pra comprar um terreno bem longe e ser feliz com a certeza de que cumpri minha missão! To chegando lá. Se a rapazeada colaborar vou ser o primeiro a chegar ao fim da carreira. Quero dizer, uma carreira encerrada do jeito que foi planejado, com um conjunto de obra impecável e que não deixou o artista na sarjeta. Se eu não conseguir exatamente o que procuro tudo bem também, de um jeito ou de outro tudo vai dar certo!

Matheus RapRJ: Então não existe possibilidade nenhuma de um possível lançamento do quinto andar?

Cachorro Magro5A pode rolar, mas sem Shawlin. O peso do 5A é DeLeve e Marechal.

Matheus RapRJ: Você ta em qual parte da criação do Inferno do Cachorro Magro 2? Ta na escrita ainda ou já está gravando?

Cachorro Magro: Eu vinha durante os últimos 2 anos fazendo um trabalho de mede-palmo procurando o caminho. Recebi muitas bases boas, mas nada que considerasse a cara do volume 2. Tropkillaz já não correspondia ao que eu buscava e tampouco os outros excelentes produtores buscavam o mesmo que eu. Na época do volume 1 eu não conseguia produzir nada de trap, por isso procurava outros produtores, mas como o que estavam produzindo não encontrava o que eu procurava, resolvi voltar a fazer bases. Felizmente descobri que o conceito do TRAP já tinha passado pro meu raciocínio e obtive os resultados esperados. Algo que ainda é Cachorro Magro, mas não o mesmo de antes, agora, talvez, um pouquinho mais próximo do que o Shaw faria.O Vol.2 vai ter o mesmo número de faixas que o Vol.1. Faltam só 2 música pra fechar. As outras já estão finalizadas.

Matheus RapRJ: Você pretende assinar algum feat com o Cachorro Magro? Vimos que alguns dias saiu um feat do Shaw com o Costa Gold, seria possível o Cachorro Magro fazer alguma colaboração?

Cachorro Magro: hahaha será que rola essa colab?

Matheus RapRJ: Como você espera que seja a reação do público com sua volta?

Cachorro Magro: Não espero muito não. Espero apenas que gostem, mas imagino que seja menor que o impacto do volume 1 por já não ser mais novidade, além do quê as pessoas criam tantas expectativas que difícilmente eu poderia suprir.

Matheus RapRJ: Se você fosse convidado pra entrar pro Damassaclan, aceitaria? Ou acha melhor seguir seu trabalho “sozinho” sem se prender a nenhum selo ou banca.

Cachorro Magro: Já houve um convite pra integrar o Damassa, mas me pegou de surpresa. Se prestar atenção tem um vídeo da FIM no Youtube onde estou fazendo o sinal do Damassa, a foto é de 4 anos atrás. Eu tenho musica com o Tubaína, Doncesão, Flow MC, Haikaiss, Chayco do FamiliaMadá fez minhas dobras por 1 ano e meio, tudo antes do Damassa e 2 sons com o Costa Gold após. Inclusive quando o produtor/dj (DJ LX) se integrou ao Família Madá, ele trabalhava comigo nos shows junto ao Chayco. E eu me sinto muito orgulhoso por ter trabalhado com cada um dos integrantes do Damassa.

Matheus RapRJ: Como vai vim o Cachorro Magro nesse Vol.2? Vai mudar alguma coisa em seu estilo ou pretende seguir a mesma pegada do Vol.1? No geral, da escolha das batidas até a sua escrita.

Cachorro Magro: A pegada sonora é bem parecida, mas a diferença é perceptível. O Cachorro Magro ainda soa como Cachorro Magro, mas não é mais o mesmo Cachorro Magro. Não vou dar spoiler.

Matheus RapRJ: Você tem algumas pretensões com o Vol.2? Seja fazer grandes shows, levar seu trabalho pra algumas cidades que tenha vontade, se estabilizar financeiramente Ou você quer mesmo apenas botar o trabalho na rua e o que vier vai ser consequência de um trampo bem feito.

Cachorro Magro: Não tinha pretensão nem com o volume1. só queria fazer o que acredito. Acho que falta essa sinceridade no Rap atual, Sabe?! gente que faz as músicas que gostaria de ouvir independente do mercado. Amo meu trabalho e o que pintar de bom farei com sorriso na cara. Parei de esperar o Rap cuidar dos seus, se esperasse isso mirava no mercado teen, mas como já disse, eu estou nessa pela música, não pelo sucesso! Se Deus achar que mereço estabilidade financeira sou grato, se não, sou grato mesmo assim!

Matheus RapRJ: O que você acha dessa invasão do Trap na cena atual do Rap Nacional? E o grande preconceito que sofre? acha que o público não aceita algo novo ou que é ignorância mesmo.

Cachorro Magro: Embora exista preconceito e ignorância, frutos dos guardiões atrasadinhos, não dá pra falar que só porque não gostou de um trap é preconceituoso ou ignorante, honestamente, dentro desse novo ciclo ouvi muito Trap ruim! Me acusavam de ser cópia dos gringos, mas agora estão mordendo a língua. O Brasil sempre foi atrasado inclusive no Rap, acho que esse é um momento em que está aprendendo a se atualizar e nesse processo os ruins de Rap se mostram ruins também no Trap, é natural! Acredito que com o tempo, outros bons representantes surgirão e o público passará a aceitar como parte da cultura. Devo acreditar também que o Trap, assim como o rap vai se transformar e ao invés de se prender ao passado ou abraçar qualquer coisa como o futuro devemos pensar nas possibilidades artísticas ao invés de questões de mercado. O problema que temos com o Trap vai perdurar, talvez até se intensificar á medida que o Rap fizer consigo o que as gravadoras tentaram e não conseguiram. O cerne do problema está na radiofonização de um gênero musical que chegou no Brasil com planos de contrariar as pretensões do mercado fonográfico e em nome dessa rebeldia matou ou tentou matar seus melhores representantes através da cultura dos “modinhas”. Pra mim essa decadência vai ser boa pois vai provar que o Cachorro Magro não era uma radiofonização/comercialização do Shawlin e assim, meus críticos sofrerão por sua injustiça.

Matheus RapRJ: Pra fechar queria só que você falasse algo pra todos seus fãs que estão esperando ansiosamente por seus próximos trabalhos, e deixamos tb essa ultima um espaço livre pra você falar algo que queira.

Cachorro Magro: Respondendo! Eu agradeço a paciência de coração a todos que curtem, compartilham, vão nos shows, comentam ou fazem críticas construtivas. Espero fazer músicas que inspirem ou ao menos sirvam de trilha sonora pra suas vidas, da mesma forma que são feitas pra musicar partes da minha vida, pensamentos e sonhos. Pra finalizar, caso estejam no inferno do Cachorro Magro, lembrem-se de não se apegar muito ao vazio e usem as forças pra transformar as trevas atuais em luzes no futuro.

 

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