Desde os primórdios dos bailes funks e charmes, a cultura da musica da música periférica conversou com as comunidades, conectivamente com a criminalidade e o tráfico de drogas, sendo exaltando ou apenas relatando a realidade.
Neste sábado(17) Filipe Ret realizou uma apresentação na comunidade do Fallet, localizado em Santa Tereza. Conhecido por conduzir muito bem seus shows, o rapper carioca levantou o público com suas sequências de hits, como Vivendo Avançado e Libertina. Em meio a euforia, pessoas no público levantaram fuzis como forma de “tiração de onda” e isto rapidamente foi fotografado e jogado na internet, viralizando.
Filipe Ret se posicionou sobre o assunto delicado: “Não tenho preconceito contra nenhum tipo de público. Meu rap é minha arte e minha arte pertence a todos. O fato de o Estado não conseguir controlar essas áreas, não pode me impedir de levar minha arte para o povo de bem que quer me ver. Tenho que ir aonde o povo está. Estou fazendo minha parte, cumprindo minha função social. Minhas letras falam de amor de uma forma que os jovens compreendem. Sou um artista querido pelo povo e me orgulho disso. O RJ chegou a este estado de guerra e de pobreza educacional justamente porque nossos representantes não conseguem dialogar e respeitar o povo dessas comunidades carentes de tudo. Estou fazendo minha parte. E o Estado? Pelo visto, só estão colocando a polícia para enxugar gelo. Vocês precisam lembrar que a nossa polícia também é povo, também é ser humano. Essa guerra é orquestrada por gente que não é do povo”.
