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Drift, Rap e Cyberpunk: a corrida alucinante de Schnndr no álbum “Hologramas”

O rapper Schnndr lança, neste sábado (27/04), o álbum “Hologramas”, com fortes referências da cultura cyberpunk. Produzido por Dash, o disco conta com participações de Zord e PRKILLA e já está disponível nas plataformas digitais (ouça), além de contar com o vídeoclipe da faixa “Draft”.

O trabalho conta com inspirações da cultura asiática e narra a história de Schnndr, um piloto de drift que precisa vencer a “corrida da cena do Rap”. “Nós vivemos uma maratona, seja na arte, no trabalho ou na vida pessoal. Em todas elas, sempre vamos buscar o pódio. É como se o eu lírico estivesse dentro de uma percurso com diversos desafios que são narrados em cada faixa”, conta.

O artista encontrou em suas paixões, como mangás, animes, corrida e a estética cyberpunk, inspirações para ambientar o álbum de forma madura. O interlúdio contará com cenas do filme “Gran Turismo: De Jogador a Corredor”, enquanto o encerramento é uma entrevista que Ayrton Senna deu após vencer o GP do Brasil, em 1991, com apenas a sexta marcha — o piloto havia perdido as demais durante a corrida.

Eu lutei tanto, tantos anos para chegar a isso, e hoje vai ter que dar e vai ter de chegar em primeiro. Ele (Deus) é melhor do que todos e vai me dar essa vitória depois de tudo”, narra o ídolo brasileiro. A fala é relacionada com a necessidade de vencer, mesmo com os diversos desafios que aparecerão durante o percurso, que Schnndr narra durante o álbum. Musicalmente, o disco traz o Phonk unido ao funk de Recife. O artista utiliza referências do tradicionais dos gêneros, mas também enfatiza a incorporação de elementos específicos da região de Pernambuco, para unir autenticidade com cultura. As composições remetem às vivências de Schnndr no lugar onde foi criado e mostram como cada experiência foi crucial para a formação artística do rapper, entretanto tudo isso é feito a partir de analogias, sem explicitude.

Na música ‘Don’t Stop’, usamos elementos do brega funk e, em outras duas faixas, incorporamos a estética dos bailes de Recife dos anos 90 até 2008, onde aconteciam brigas entre comunidades. Queria trazer esses elementos de volta, com o sample de MC Léozinho e MC Noturno, clássicos da época. Foi uma forma de buscar falar a linguagem do meu bairro, da minha cidade e do meu estado, mas de uma forma diferente”, conta.

Hologramas” marca uma nova fase de Schnndr. Com nove anos nas pistas, o artista optou por assumir personalidade voltada para o público geek. Após desafios causados pela pandemia, além da gravidez de sua parceria e a necessidade de sustentar a família, o rapper finalmente está prestes a lançar seu tão sonhado disco, que coroa a árdua corrida enfrentada para chegar no pódio.

Vitor, membro do CanalRapRJ entrevistou Schnnder, que falou um pouco do projeto conosco. Confira:

Vitor CanalRapRJ: Vemos este um trabalho original e conceitual, fale um poucos dos desafios para realizar algo assim em um mercado predominantemente genérico.

Schnndr: Sempre busquei fazer algo diferente do que eu costumo ver e ouvir, não gosto de soar parecido com alguém. Eu já ouvia Phonk a algum tempo, mas algo que vinha de fora, quando ouvia Brazilian phonk era só batidas sampleados, pensei tá faltando alguém rimando em cima disso, daí mostrei a proposta a Dash que topou na hora produzir. O maior desafio foi produzir à distância, mas aprendemos a fazer isso desde a pandemia, então a tecnologia ajuda muito, é desafiador falar uma língua onde eu não sabia se seria compreendido, sabendo que muitos sons no BR tem soado em uma linguagem bem mais simples, até esteticamente falando. Mas pensando no princípio de querer fazer algo diferente, pensei mais na arte e menos na aceitação, fazer algo que eu realmente curto!

Vitor CanalRapRJ: Quando te despertou o interesse/insight de focar no público geek? Acredita haver preconceito com os mesmos, por parte de outros nichos do rap?

Schnndr: Eu sempre curti esse universo desde pequeno, não é um cenário novo pra mim. Porém eu me sentia inseguro de colocar isso na minha música, até porque a cena a princípio não falava essa linguagem. Mas desde as batalhas de rima eu já usava referências mesmo sabendo que 1 ou 2 pessoas na roda só entendiam. Sempre deixava uma referência nas minhas músicas, poucos sacaram, mas o Phonk hoje é muito mais fácil para falar nessa linguagem, me senti muito mais à vontade pra usar essas analogias. O público geek é muito massa! Sempre curtir a galera, sempre fui dessa galera, mesmo sendo rapper eu sempre estive ligado seja assistindo animes, jogando RPG de mesa, jogando Magic, então eu sempre quis transitar entre os dois mundos!

Vitor CanalRapRJ
: Vejo o mundo geek muito ligado ao metal, e ultimamente o rap tem crescido muito no meio. O que acha faltar para crescer ainda mais?

Schnndr: Eu creio que é um cenário que está em evolução, mas muito bem aceito pelo público, é um público muito fiel! Acho que estamos no caminho certo, e o tempo vai responder esse crescimento.

Vitor CanalRapRJ: Como acredita estar somando no paralelo da corrida e artistas independentes? Como você quer impactar estes artistas?

Schnndr: A ideia é inspirar todos manos, percebo que a cena local trás uma disputa que as vezes não é saudável, e numa corrida quando tu bate em outro carro, vc tbm sai da pista, acaba que nem um nem outro vai chegar se quer ao final da corrida, então a ideia é mostrar pra essa galera que o underground vive e que realmente estamos em uma corrida pra subir de divisão, se bater não é o melhor a fazer na corrida, mas precisamos está pilotando da melhor forma possível. ” SÓ FAZ TEU CORRE E SÓ NAO BATE BOY”

Ouça o álbum:

Confira o clipe de Draft:

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