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De preto para preto: Kilariô Festival promove festa segura para comunidade negra do Rio

Rio de Janeiro, 18 de novembro – Cidade que lidera o ranking de casos de racismo, terá 15 horas de festa para celebrar a cultura e a vida de pessoas negras. Estamos falando de mais uma edição da Kilariô Afro Baile, tradicional festa da cidade, mas que em novembro é mais que especial, pois oferece ao público sua versão em festival,  sendo feita por pessoas negras e para pessoas negras.

A festa que, neste ano, acontecerá na Quadra da Unidos da Tijuca, bairro do Santo Cristo, começará às 15h no dia 19 de novembro e vai até o dia seguinte. Entre as atrações, encontram-se BK’, Tati Quebra Barraco e trazendo o melhor da música urbana. Além disso, tentando sempre respeitar a pluralidade existente dentro da comunidade, a festa conta com muita acessibilidade.

É o que diz o idealizador e diretor criativo do evento, Wes Silva, que trabalha há dez anos no setor cultural, “eu mesmo já sofri racismo em uma festa e aquilo me indignou a tal ponto que eu não podia mais ficar sem fazer nada. Então, eu resolvi fazer a minha própria festa e desde 2014, crio edições quase que mensais da Kilariô, porém em novembro, a edição é mais que especial, é a celebração das celebrações, afinal, nossas vidas importam!”, ressalta ele.

Levando a coisa mais longe, sabe-se que vidas negras importam todos os meses, mas não é isso que acontece na cidade do Rio de Janeiro. No levantamento realizado em 2021, foram registrados 1.365 casos de injúria por algum tipo de preconceito em todo estado do Rio de Janeiro, destes 1.036 as vítimas eram negras. O levantamento do Painel de Discriminação do Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ), traz dados relacionados à discriminação em função da etnia, raça, cor, classe social, sexualidade por intolerância religiosa.  

O estudo ainda trouxe um dado alarmante de que 56% das vítimas são mulheres negras, o que representa pelo menos uma vítima por dia durante todo o ano de 2021. Nos crimes de preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional, das 77 vítimas negras, 26,5% também são mulheres.

Para Wes, “deveria parecer estranho, ou mesmo contraditório, a segunda cidade mais preta do país ser tão racista, mas isso se reflete na quantidade de violência para com as pessoas negras, o resultado é o medo e vulnerabilidade na saúde mental da juventude. Eu já senti esse medo, já me senti afetado. Apesar de tudo, resistimos e festas como a Kilariô oferecem espaço seguro para pessoas negras da forma mais plural possível”, comenta ele.

Aos 30 anos, Wes diz que sonha em ver a festa ainda maior e garante que a festa embora seja de preto pra preto está aberta a todo mundo que quiser se divertir. Afinal, para ele, a cultura é um poderoso instrumento no combate ao racismo. “Todo mundo é bem-vindo. A música, a cultura, sempre possuiu o papel de unificar as pessoas, de falar aquilo que nem sempre conseguimos falar e inspirar a sociedade a ter novas ideias, de se permitirem rever seus comportamentos”, finaliza Wes.

Com ingressos promocionais e primeiro lote esgotados são aguardadas 5 mil pessoas para esta edição do festival. Os ingressos ainda estão disponíveis para venda a partir de R$20 e no Instagram da Kilariô é possível ter acessos à sorteios, anúncios surpresas sobre venda de ingressos promocionais e saber a line-up completa do evento. 

LINE-UP:

·       BK’

·       TATI QUEBRA BARRACO

·       N.I.N.A

·       A JULIA COSTA

·       BONDE DAS MARAVILHAS

·       RODA DE SAMBA PEDETERESA

·       BALLROOM RJ

·       SHURY

·       EQUIPE CHATUBÃO (PAREDÃO)

·       MC LUANNA

·       BANDIDO SENSÍVEL

·       JULIO RODRIGUES

DJs:

·       AFROLAI

·       AMIRI

·       AYA IBEJI

·       GAB

·       RAFA MILITÃO

·       JÚLIO RODRIGUES

·       TOTONETE

·       TALIE ALVES

·       DJ GAB

·       BOBZILLA

·       TAGO

·       JEZZ OLIVEIRA

·       NAI KIESE

·       DJ VICX

·       M$E

SERVIÇO

Kilariô Festival

19 de novembro a partir de 15h

Ingressos a partir de R$ 20 à venda em https://bit.ly/3MxRzbW 

Endereço: Quadra da Unidos da Tijuca – Av. Francisco Bicalho, 47 – Santo Cristo, Rio de Janeiro

Redes sociais: @kilarioafrobaile

Sobre a Kilariô Afro Baile:

A Kilariô Afro Baile nasceu em 2014, a partir da necessidade de pertencimento do Wes Silva, idealizador do evento, que na época havia sofrido racismo em uma festa. A partir de então, ele decidiu criar um evento que acolhesse, que fosse seguro para se ser preto e, principalmente, com respeito à diversidade racial, gênero, LGBTQIA+ e PCDs. Através do entretenimento para o público preto onde possam celebrar seus corpos, sem julgamentos, preconceitos ou estereótipos da sociedade. A Kilariô em sua essência sempre buscou pela convergência de diversos estilos musicais do hip-hop, R&B, trap, rap, afro house, funk, kuduro e samba, buscando a valorização da cultura negra. 

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